Por: Soraia Guimarães

Todas as estatísticas nos direcionam a um tema importantíssimo, para que possamos refletir sobre envelhecimento da população. A economia da longevidade nos convida a repensar sobre as diversas possibilidades de viver de forma mais dinâmica e participativa, ao mesmo tempo em que nos convoca a criar novas maneiras de viver este envelhecimento. Estamos diante de um momento onde a sociedade necessita repensar a sua arquitetura e sustentabilidade de uma nova maneira, onde possamos vislumbrar um novo conceito de viver a longevidade. Acredito numa arquitetura que prioriza a vida!  Existe arte em cada detalhe do planejar e projetar um novo viver, mas para isto é necessário que exista harmonia entre os seres humanos e o seu ambiente.

A proposta é trazer aqui um novo olhar sobre a arquitetura, o urbanismo, a sustentabilidade e a longevidade. Um olhar de amor, um olhar que integra, valida e inclui todas as possibilidades de acesso a um novo padrão de viver.

O mundo mudou e para acompanharmos a velocidade destas mudanças, se faz necessário olhar atentamente para este novo padrão de viver o novo e priorizar as necessidades humanas. É preciso expandir a visão, incluir novos caminhos e fazer uso de ferramentas já tão essenciais e importantes,  como a sustentabilidade, a biofilia, a visão sistêmica, arquitetura biológica e biocósmica, casa saudável, a “teia da vida” de Capra, com sua interligação ecológica, o “Feng Shui”, Ecologia profunda, Permacultura, Produção limpa, interdisciplinaridade, dentre outras.

Na verdade, é preciso recuperar o olhar inicial e essencial da habitação. Restaurar seu objetivo, sua humanidade, sua saúde, bem estar e harmonia com a natureza e o todo.

Ao nos atentarmos ou nos aprofundarmos aos conceitos acima citados, veremos que são também de grande importância trazer o foco para meios de vivenciar novos padrões que proporcionem longevidade, onde se requer edificações projetadas para este objetivo ou adaptações nas edificações pré-existentes,  que venham a gerar este novo padrão de bem viver.

É preciso pensar em habitações mais planas, maior contato com o terreno natural, com a natureza viva, onde seja possível trazer estes conceitos para o interior, criando uma integração dentro-fora.

Para que esta arquitetura da longevidade aconteça entretanto, é preciso estar atentos às necessidades de interferência das cores e dos materiais, iluminação adequada, ventilação e iluminação naturais e assertivas. Tudo isso precisa estar atuando de forma sutil, harmônica e assertiva, para que sejam vetores positivos na saúde, segurança e qualidade de vida das pessoas maduras e idosas.

A título de exemplo, trago aqui a necessidade de estar atento aos pisos quentes e nivelados, que possam trazer de volta a possibilidade do caminhar descalço, retornando o contato com o chão e aumentando a vitalidade.

No conceito de arquitetura para a longevidade, destacaria ainda 3 (três) pontos principais: Identidade, Integralidade e confiança.

Ao me colocar em atuação dentro da arquitetura sustentável para a longevidade, me preservo sempre fiel ao meu propósito, de atuar para o que pede o momento – de viver plenamente a longevidade, como uma arquiteta diferenciada, que busca realizar os projetos da melhor maneira possível, onde eu tenha a liberdade de fortalecer e disseminar a Arquitetura  Integral Sistêmica e assim contribuir para o equilíbrio e evolução do todo.

Penso que se você sonha em ter mais qualidade de vida em seu ambiente e fazer o seu espaço um lugar harmonioso, “não adianta uma casa ser sustentável se quem mora dentro dela não é.”

Precisamos ousar e criar um local auspicioso, cheio de vida e qualidades inerentes ao ser, que se antes era um velho sonho, agora mais que nunca se apresenta cada dia mais renovado! Como venho de uma mistura interdisciplinar, de conhecimentos e sensações, onde a natureza, a vida, a integralidade, funcionalidade, beleza e criatividade dão o tom,  eu percebo e sinto, que a maneira de se fazer arquitetura está mudando e a forma como as pessoas se relacionam com o ambiente, é cada vez mais próximo e portanto, isso precisa ser pensado, ou melhor, sentido. Me dedico a sentir esse contexto, esse ambiente que nos acolhe, nos envolve, nos coloca no colo, e nos traz a saúde necessária para seguir em frente com qualidade de vida – e ser feliz!

Sou Soraia Guimarães, reconhecida no mundo como uma carioca da gema, arquiteta e urbanista de formação, consultora de ambientes, mas acima de tudo, uma buscadora de soluções sistêmicas e qualidade de vida..

Maduramente agradece à Soraia Guimarães, pela matéria e por este olhar tão especial sobre o bem viver o envelhecimento! Você certamente fará a diferença ao projetar, planejar ou transformar os espaços, porque você já vê o mundo através desta nova forma de realizar a arquitetura.

Soraia Guimarães é arquiteta e urbanista de formação, consultora de ambientes, mas acima de tudo, uma buscadora de soluções sistêmicas e qualidade de vida. @soraiaguimaraes_sol

Obs.: Artigo cedido pelo autor, para publicação no Instituto Amadurecer.